Amante Liberto - JR Ward

Depois de ler os primeiros livros da IAN, fiquei curiosa para saber o que o destino - e JR Ward - guardaria para o irmão Vishous, o sombrio filho de Bloodletter. Exceto pelo primeiro, todos foram resenhados aqui no Catalivros. Ótimos livros, série maravilhosa, autora mega-criativa... É, estava demorando a vir "a" escorregada! 
Se o livro é uma desgraça? Não. Não chega a tanto. Mas para quem se acostumou com o "padrão de qualidade IAN", engolir o livro do Vishous requer uma dose de boa vontade. Eu explico.
Vishous gerou uma grande expectativa nos leitores. Personagem polêmico, tanto por suas preferências sexuais, quanto por sua atração por um dos irmãos, ele acabou tendo que dar conta de um enorme peso dramático. Depois do grande conflito entre o humano e o sobrenatural, que ocorreu no livro anterior, Vishous tinha TUDO para ser um "novo" Zsadist. No entanto, o argumento da trama ficou pequeno demais para o personagem. A autora só não deixou a peteca cair nos flashbacks, durante os quais Vishous se recorda da infância nas mãos do pai, um guerreiro cruel, sanguinário e inescrupuloso. As cenas são bem escritas e emocionantes. A infância de Jane, a protagonista, também é explorada, com menos detalhes, mas também com muita emoção. Por falar em Jane, ela poderia ter sido A heroína; carregada de força, dignidade, coragem e altruísmo. Porém, vai sendo reduzida, ao longo da história, a uma coadjuvante fraca e inexpressiva. 
As tramas paralelas também ficaram meio que "congeladas" dando a sensação que o livro é, na verdade, uma longa e arrastada passagem de tempo, um interstício entre os acontecimentos de "Amante Revelado" e "Amante Consagrado". O tempo todo a história parece fluir em câmera lenta, como se fosse um disco rodando numa velocidade abaixo da que deveria. O resultado disso é que a história perde aquela característica que já considerávamos inerente a todos os livros da IAN: a de instigar a leitura compulsiva. Pela primeira vez eu levei mais do que dois dias para ler um livro de JR Ward. Grave isso! A sensação que eu tive foi a de que a autora escreveu a história de Vishous porque tinha que escrever. Faltou aquela emoção, aquele entusiasmo em cada linha. E a mistura das preferência SM de Vishous, com sua atração por Butch, o conflito com o sequestro de Jane, mais as incertezas de John e a questão do Primaz, acabaram criando um excesso de informações, que faz a trama se perder e criar uma enorme barriga. Isso sem falar na solução que a autora criou para o casal no fim da história que eu achei, no mínimo, uma forçação de barra daquelas.
Você vai chegar ao fim do livro? Vai. Os outros personagens estão lá, a curiosidade pelo destino do grupo permanece. Mas vai levar um tempo maior, muito maior do que o que levou para ler os outros livros da série.

Amante Liberto (IAN #5)
J R Ward
Universo dos Livros, 2011
525 páginas

Comentários

Marli Carmen disse…
Oi linda!! Vc gostaria de participar, como resenhista, do book tour do meu blog?

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Beijinhos, seguindo!
Cleide disse…
Lindo blog! Parabéns!
Marli Carmen disse…
Oi Linda, tem sorteio de um livro lá no blog! Venha participar!
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