Filme: The Expendables

Ah, vai. Olhando assim você até pensa: hum, esses coroas ainda dão um caldo...
Faz algum tempo, eu falei aqui sobre o filme "The Expendables" (Os Mercenários). Na época ele ainda estava em processo de filmagem. Infelizmente acabei não assistindo nos cinemas, tendo que apelar para o bom e velho DVD. No fim das contas, foi até bom, porque pude curtir com calma todo aquele climão anos 80 que o filme evoca, acompanhada, é óbvio, pela minha garrafa de Absolut Vanillia (eu devia ganhar com merchandising, né?).
O filme, já vou avisando, não é nenhuma obra-prima. O roteiro é previsível; clichê do início ao fim. Os diálogos parecem que foram cortados pelo meio, ou então, que esqueceram de escrever algumas falas. Os vilões são caricatos e fazem exatamente aquilo que se espera que um vilão faça. Mas, espera aí! Por que então eu estou escrevendo sobre The Expendables pela segunda vez?! Porque eu A-DO-RO ver um clichezão de vez em quando, oras!
The Expendables tem todos os ingredientes daquele filão que lotou cinemas na década de 80 (e em parte dos 90 também): caras durões, militares ou ex, que são provocados por alguém, ou algum acontecimento, e partem para uma heróica jornada para salvar um país pobre, ou uma mocinha indefesa - ou ainda, a ambos. O pessoal que está na faixa dos 30-40 com certeza se lembra de fazer fila na porta do cinema para ver Sly Stallone socando com vontade a cara de Dolph Lundgren em Rocky VI, no auge da Guerra Fria. Ou então de roer as unhas quando o monossilábico Schwarza se cobria de lama e esperava para explodir o caçador alienígena em Predador. Ah, e qual de nós garotas (sim, porque nós íamos SIM ver esses filmes para garotos!) não ficou com peninha do "pobre" Bruce Willis andando sobre todos aqueles cacos de vidro em Duro de Matar??? Era uma mentirada sem fim? Era! Porrada pra todo lado? Com certeza! Machismo até o último fio de cabelo? Yes!  Mas era divertido pracas!
Quem ficou com inveja da Gisele levanta a mão! \0/
No roteiro escrito por Dave Callaham e Silvester Stallone, o grupo de mercenários capitaneado por Barney Ross (Stallone) é contratado pelo misterioso Mr Church (Willis) para dar cabo do ditador que fez da pequena Vilena o quintal de sua casa. Durante a missão de reconhecimento que Ross e um de seus parceiros, Lee Christmas (Statham) fazem a republiqueta, eles conhecem Sandra, (Gisele Itiè) uma das lideranças rebeldes E filha desgarrada do General Garzas (David Zayas), o tal ditador. Ao serem descobertos, os dois fogem do lugar, certos de que foram enviados para servirem de bucha-de-canhão numa missão suicida. Eles ainda tentam convencer a moça a ir com eles, mas não conseguem. E, como era de se esperar, ela acaba capturada pelo sinistro James Munroe (Eric Roberts) o verdadeiro "poder por trás do poder". Claro que a mocinha come o pão-que-o-diabo-amassou-com-o-rabo. E além de ser presa, espancada e torturada, a pobre ainda passa o filme TO-DO com o mesmo fgurino. Aff! Tadinha. Enfim... Ross fica com uma crise de consciência daquelas quando volta para casa. E numa conversa de homem-para-homem-mas-com-sentimentos com Tool (Rourke), misto de guru-roadie-tatuador-e-cafajeste do grupo, o líder mercenário acaba resolvendo voltar a Vilena para salvar a mocinha. Aí é que o pau  come de verdade! E... Bem, não vou continuar contando, senão perde a graça. 
Para quem assistiu os "clássicos" do cine-pancadaria, vai ser fácil reconhecer algumas citações desses filmes em Expendables. Vai ser legal também rever o gigante Dolph Lundgren na pele do impagável e instável Gunnar Jensen; Jet Li e seu cômico Yin Yang, que está sempre querendo aumentar a participação nos lucros, e Terry Crews dando vida ao nada sutil Hale Ceasar. E para quem era fã de Buffy e Angel, vai ser legal também rever Charisma Carpenter, como Lacy, a ex-namorada de Christmas (a cena do jogo de basquete é uma das melhores! Recomendo principalmente para as garotas, rsss). Destaque ainda para Schwarzenegger, que aparece na cena da igreja como um concorrente ao "emprego" oferecido por Mr. Church. Mais citações... E ainda tem as motos dos caras, a trilha sonora pauleira, as cenas cheias de adrenalina....
Em resumo, o filme é exatamente aquilo a que se propõe: uma divertida reunião de antigos ídolos do cinema de ação, onde os caras meio que curtem com os tipos que, um dia, fizeram a fama (e as contas bancárias) de cada um deles.  E se você não tem nada para fazer na tarde de sábado, alugue o DVD, pegue sua pipoca e divirta-se! The Expendables vale pela sessão nostalgia.

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